Jovem espera por transplante depois de 6 cirurgias

Thiago Souza dos Santos estava com 10 anos quando descobriu que tinha ceratocone – doença que atinge as córneas. Naquela época, em 2005, ele não sabia direito o que o nome complicado significava, mas sentia as dificuldades por não poder enxergar direito.

“Eu tinha problemas nos estudos. Não conseguia me concentrar, não conseguia fazer nada”, disse. Hoje com 20 anos, depois de seis cirurgias e duas novas córneas, Thiago ainda está na fila do transplante. Isso porque o tecido transplantado no olho esquerdo dele não se adaptou muito bem.

Assim como o estudante, outras dezenas de pacientes aguardam por uma nova córnea em Mato Grosso do Sul. Segundo a coordenadora de transplantes da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Claire Miozzo, 25 pessoas estão na fila a espera de doadores.

O procedimento consiste em substituir uma porção da córnea doente de forma total ou parcial de um paciente por uma córnea saudável de um doador falecido. O Estado conta com 14 equipes capacitadas e autorizadas pelo Sistema Nacional de Transplantes para fazer a cirurgia.

São sete centros médicos habilitados para o procedimento. São eles o Hospital São Julião, Clínica de Olhos Luiz Lani (COLL), Hospital de Olhos de MS, Instituto da Visão e Instituto de Olhos Lizabel Gemperli, em Campo Grande, e Cristalle Medicina Ocular e Instituto dos Olhos, em Três Lagoas. “Os procedimentos de transplantes podem ser feitos pelo SUS, convênio ou particular, vai depender do paciente”, explicou Claire.

Podem ser doares de córneas os pacientes com idade entre dois e 80 anos que tiveram morte por parada cardíaca inferior a seis horas ou morte encefálica. Pessoas com miopia, hipermetropia e astigmatismo e que tiveram algum tipo de câncer, exceto leucemia, linfoma ou câncer nos olhos, também podem ser doadoras. Para isso, basta que a família autorize a doação.

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