Os dados da Ancine (Agência Nacional do Cinema), disponíveis no seu portal e tabelados pelo jornal Folha de São Paulo, também mostram uma concentração na arrecadação dos filmes.
Dez produtoras são responsáveis por 61% da renda arrecadada pelo cinema nacional e, dessas, seis também estão entre as que mais recebem fundos públicos.
Aspectos dos mecanismos de financiamento ajudam a entender esse fenômeno. Um deles é a classificação de produtoras feita pela Ancine. A agência permite às que fizeram mais filmes captar mais, mas o teto de recursos que elas podem usar ao mesmo tempo é de R$ 36 milhões.
Outra questão central é o fato de o principal método de financiamento utilizado pela Ancine ser o fomento indireto, via leis de incentivo: o governo permite a empresas privadas deduzir uma parcela de seu imposto de renda para ser investida em obras cinematográficas.
Nesses casos, a escolha dos projetos financiados é feita pelas empresas cujos recursos serão investidos. Em geral, grandes corporações não têm interesse em fomentar pequenas produções, preferindo se vincular a obras que lhes deem visibilidade.
Fábio Cesnik, advogado especializado em mídia e entretenimento, diz que "as empresas preferem investir em projetos que oferecem menos riscos para suas marcas". Ele conta que filmes com pouco apelo comercial buscam recursos em outras fontes.
Segundo Cesnik, cineastas podem financiar seus filmes, por exemplo, inscrevendo-os em editais públicos e captando pelo Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), braço da Ancine alimentado por impostos da indústria audiovisual.
A Ancine respondeu, por meio de sua assessoria, que a posição no ranking é resultado da capacidade de realização das produtoras e das parcerias para atrair investidores.
A agência diz que "a série de 1995-2012 não reflete o atual momento do mercado audiovisual brasileiro, em que há um número maior de produtoras e oferta mais ampla de mecanismos de incentivo".
Em outros países
França
O investimento em 2009 foi equivalente a 15 vezes o brasileiro. O financiamento é feito via impostos sobre ingressos, canais de televisão e DVDs, e vai direto para o Centro Nacional de Cinematografia, que reinveste no setor audiovisual.
Argentina
Há menos participação de empresas no processo de escolha. Parte do valor dos ingressos e DVDs vai para o Instituto Nacional de Cinema. Este prepara editais, que são a maior fonte de financiamento de filmes, em vez de leis de incentivo.Reportar Erro
Deixe seu Comentário
Leia Também
Cultura
Restaurante homenageia culinária de MS com a exposição "Alimentando Arte"
Cultura
Ney Matogrosso traz turnê 'Meu Bloco na Rua' para Campo Grande em novembro
Cultura
60+ ativo! Projeto oferece oficina gratuita de dança na Capital
Cultura
Em maio, Toni Garrido será a próxima atração do 'MS Ao Vivo'
Cultura
Circuito Gastronômico é chance para reconhecimento da gastronomia de MS, diz chef
Cultura
JD1TV - "Bom para dançar coladinho": Gabriel Chiad fala sobre 'forronejo' na Capital
Cultura
Projeto 'Estimulando o dançar' oferece aulas gratuitas de ballet na Capital
Cultura
'MS ao Vivo' terá show de forró com Falamansa neste domingo na Capital
Cultura
Veja os valores e onde comprar ingressos para exposição imersiva de Van Gogh
Cultura