O terceiro Superclássico da temporada foi, como seus antecessores, muito disputado e cheio de reviravoltas. A vitória por 2 a 1 foi a primeira do Real Madrid sobre o rival na temporada. Mas, ao contrário das duas partidas anteriores, o jogo desta quarta valia um título.
Das arquibancadas, Ronaldo viu mais. Viu Di María abrir o placar aos 10 minutos, viu Bartra - um herói dos mais improváveis - empatar de cabeça aos 23 da segunda etapa... E viu um golaço de Gareth Bale. Um gol de velocista, com uma corrida incrível desde o campo de defesa. Um gol de Usain Bolt.
Mas o jogo foi muito mais do que os três gols. E começou bem antes do apito inicial no Mestalla.
Há uma semana mergulhado em sua pior crise nos últimos anos, o Barcelona chegou ao dia do jogo sem saber quem escalaria na defesa. Gerard Piqué estava fora; Carles Puyol e Marc Bartra corriam contra o tempo. Por fim, o jovem ganhou a chance de jogar, em sua estreia como titular no clássico.
No Real Madrid, a dúvida era sobre o substituto de Cristiano Ronaldo, que ainda se recupera de uma lesão. Isco foi o escolhido por Carlo Ancelotti, que adiantou Di María; o argentino passou a jogar ao lado de Benzema e Bale na última linha ofensiva.
Os holofotes estavam sobre Lionel Messi. Com Cristiano Ronaldo lesionado, o craque argentino era apontado como o possível ponto de desequilíbrio do confronto. Mas, aos 10 minutos de jogo, foi outro argentino que apareceu para fazer a diferença: Angel di María abriu o placar após um contra-ataque rápido, que começou com Sergio Ramos e passou por Benzema.
A vantagem no placar deu mais tranquilidade ao Real Madrid, que conseguiu dominar as ações no primeiro tempo sem levar muitos sustos. A maior chance do Barcelona foi aos 41 minutos, em um chute de Messi, que saiu por pouco.
Na segunda etapa, o Real Madrid poderia ter ampliado, mas esbarrou nas boas defesas do goleiro José Pinto. O "goleiro da Copa", que passou a ser titular de jogos de outras competições com a lesão de Valdés, salvou o clube catalão em pelo menos duas ocasiões importantes.
Aos 23 minutos, em uma cobrança de escanteio, Marc Bartra - que nem sabia se jogaria horas antes do duelo - empatou com uma bela cabeçada. Foi o primeiro gol sofrido pelo Real Madrid durante toda a competição.
Poderia ter sido o gol a levar a disputa para a prorrogação, também. Mas, aos 40 minutos, Gareth Bale fez o improvável: recebeu no campo de defesa, chegou a sair pela lateral para evitar um choque com Bartra e entrou na área ainda com fôlego para chutar por entre as pernas de Pinto, fazendo 2 a 1.
Parecia o fim, o título conquistado, o gol para encerrar o placar. Mas havia mais: aos 44, Neymar teve a bola do jogo em seus pés - ele recebeu passe na área, tirou de Casillas... Mas a bola bateu na trave.
Com o resultado, Real Madrid conquistou o primeiro de seus três objetivos na temporada: restam a Champions League, da dura semifinal contra o Bayern de Munique, e a Liga, na perseguição contra o líder Atlético de Madri.
Ao Barcelona resta a esperança de, com improváveis atuações inspiradas e tropeços de seus dois rivais, salvar o ano com a Liga Espanhola. No domingo, a equipe catalã enfrenta o Athletic Bilbao, rival para qual já foi derrotada no primeiro turno. Qualquer resultado que não seja uma vitória encerrará de vez o sonho do título.Reportar Erro
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